sábado, 4 de outubro de 2008
MERDA HUMANA.
meu esofago gruniu! meu estômago, minha vida.
expulso as impurezas excretando paladar...
imprimo minha força inflando os lábios.
os meus gestos são atônitos... minha merda
não fede nem cheira.
somos tudo isso - Humanidade. MERDA!
MERDA PURA!
Cagamos o barro de que outrora viemos.
comemos de volta a mesma merda.
Merda que nem fede nem cheira!
MERDA HUMANA. Merda pura.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Nossa Música.
Abro a janela, minha insônia me abraça. Diz amíude, não quer me deixar...
Sou desespero, apenas uma figura póstuma, se faço algo, só pode ser poesia. Já tentei física,psicánalise e filosofia... na política ví as dores de um poeta menor. se ser poeta e se achar no poço fundo da história, sou garimpeiro a procurar barro no ouro. Se ser poeta é lamentar...
Abraço o cume da vida, sou um passita a procura de vida. Em cada passo, sou o tropeço, o preço de ir adiante. Amor e odio, crime e culpa. Falsete de um delirante. Já é muito tarde, confesso que perdi meu tom enrijecido. Prefiro me calar. façam silêncio! Por favor! façam silêncio - Deixe a silhueta da moça falar, deixe meus ouvidos falar - Calem a boca! me deixe desregrar minha potência. Me deixe durmir. calem a boca! Ouçam, apenas ouçam - Nossa música tocou... Pela última vez.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Há algo de belo no odor das carniças.
isso é amor ? para um mortal que transou consigo mesmo, não há amor maior que o egoísmo.
Mesmo assim eu te amo! bela mortal, minha vida é inteira pra ti. Meu absurdo é amar-te como uma carniça que jazi Baudelaire já dizia. Meu absurdo é um absurdo, por mais absurdo que seja é banal dizer o quanto eu te amo.
Decifra-me ou devoro-te. Já dizia a Esfinge, tenho prazer no prazer das pessoas, sinto furor imenso em beijar-te como tua boca modela em meus lábios esbeltos, seu doce sabor é meu puro prazer.
Decifra-me ou devoro-te ! com assas prazer. Erga os teus lábios e deflorarei tua carniça... carniça que tanto amo, carniça que me dá prazer.
sábado, 2 de agosto de 2008
Pesadelo III
Noite fria. Trevas uivantes, um asqueroso temporal de sentimentos se confundem, como um abismo dentro de um ser falido. Quanto mais o vento corta meu rosto mais enfurecido fico, minha angústia é um personagem real, dança com minha consciência, baila com a culpa e degola o desespero. Nesse diálogo moral, muitas vezes agressivo, meu organismo se degenera como maçãs podres a derrocar o álcool de outrora.
Se estiveres vivo? Pergunto eu – é uma questão de tempo. Aquela alma peremptória estirada ao meu lado era só mais um entre outros, entre muitos.
Que pesadelo horrível! Não podia acordar, não queria acordar, e quanto mais eu sonhava meus intestinos se abriam como um buraco negro, era mesquinho e mordaz aos meus instintos. Duas paredes se tocavam. Eu tocava o rosto de daquelas paredes, não podes imaginar quão horripilante fora pra mim.
Eu sentia o perfume doce das rosas queimando em meu corpo, meu sangue salgado ardia em um furor absoluto, ergui meu ombro esguio e rachei a cabeça de um padre com um golpe de machado, enquanto seu sermão não me tinha serventia. Deliciei seu sangue ruim em seu crânio como taça. – Um vinho dos Deuses, gritava. Após tal alvoroço fui-me deitar com as prostitutas da cidade. Pois em noites frias, minha virilidade e minha sede por sangue aumentam. Quando, pois perguntarem quem foi capaz de tal alvoroço diga-lhe: um andarilho inconsciente, tal; Artur Weber.
domingo, 27 de julho de 2008
América latina em algum lugar...
América latina, um dia hei de rever meus últimos dias nessa terra, ainda que seja a última coisa que faça na vida. Socorro! não há alento nesses olhos tristes que consomem muito para atenuar a dor. Não há dor suficiente para esses escárnios de um velho mundo em putrefacção adiantada. Não há norte para nós, nosso norte é ao sul. E este sul está condenado... não podemos culpar ninguém contento comigo mesmo. Meu contentamento é literatura.
sábado, 19 de julho de 2008
Pesadelo II.
Em meio à escuridão de um pátio sobrevoava minha alma, como se se salta aos olhos esbugalhados
via toda a multidão mutilada em suas casas. Como uma antena de TV sobrevoava, era um sinal, um radar para além dos universos paralelos, duplicava-me em experiência dúbia, eram todos e ainda sim... Pude perceber que não me desintegrava.
Meus ossos derretiam em frente minhas retinas, meus lábios caíam como labaredas de fogo. Em meio ao álcool em meio o enxofre... Mantinha relações sexuais com uma linda jovem de rosto desconhecido. Sua vagina era linda, tinha um odor especial que me hipnotizava, aquietava os meus lábios.
Sim! Eu era hibrído, transava comigo mesmo. Não preciso entender que minha vagina era meu pênis que penetrava em minha própria vagina... E aquela linda jovem sem rosto talvez fosse alguém desconhecido ou eu mesmo, quem sabe? Mesmo assim eu penetrava com assas prazer, sentia um prazer imenso em meio à selvageria, como um animal eu continuava.
Não havia consciência. Meus instintos sopravam um vento sul uivante, tudo era prazer, me desintegrava como partículas minúsculas e não me via mais, não havia mulher... Nem sequer minha presença havia. Mesmo sonhando era tudo alucinação. De repente em outro lugar, numa construção sem nexo, mofada prestes a cair, o teto começou a desabar, via-me correndo como um louco... Quando de súbito, esse prédio se transformou na calmaria de um jardim cercado por um lago quase transparente, então eu mesmo dizia - estou no paraíso! Talvez o paraíso fosse apenas uma falácia, mas uma mulher de branco, cabelos negros olhos castanhos passava á certa distância, não queria sair daquele lugar, talvez meu lugar fosse junto dela. De sobressalto acordei assustado, transpirando muito, era um calor infernal... Naquela tarde talvez, tenha visto o bastante por um dia. Contudo se existe algo mais assimétrico que os nossos sonhos e pesadelos, nossa realidade incomum ainda não conseguiu transcender. Apesar de todas as teorias sobre esse fenômeno, me reporto a percepção do acordado. Por pior que seja, transar consigo mesmo deve ser muito pior. (risos).
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Um Sobrevivente.
Pesadelo.
Abnego-me fazer sentido para leitores sem sensibilidade poética, prefiro não publicar, prefiro não ser visto. Sou um fugir eterno... Ainda ontem tive um sonho, sonhava que meu pesadelo se repetida e os paradoxos de uma consciência qualquer diante de meus olhos fugaz e meio a fúria incandescente me intimidavam. Acordei despedaçado, como se minhas entranhas cuspissem para fora de meu corpo toda subjetividade vil, cheia em alegria e dor. Só assim pude perceber que meu orgulho ainda era maior, e por pior que fosse ainda poderia escrever essas linhas. Muitas coisas passaram em minha mente naquela noite fria, as vozes soavam em coro eu era único em meio à multidão, e meus sentidos voltavam contra mim.
Foi difícil me suportar, um lábio doce me tocou cabelos loiros, um perfume mais belo que qualquer outra essência. Por um breve instante me senti seguro, as pessoas falavam, só falavam nós ouvíamos o estalar de nossos lábios, o silêncio diligente entre nós dois incomodava. Nossas mentes se tocavam, naquele breve instante... Mas logo o caos chamou a calmaria, e uma bela jovem me tocava de forma descomunal ouvia a voz de um homem afeminado que dizia coisas insalubres, eu fugia, como se escolhesse a próxima janela a entrar.
Inquieto, pulei da janela de um edifício e enquanto caia as janelas corriam em minha mente. Ficava agressivo, logo em seguida vinha à calmaria. As cores pulavam em minhas pálpebras. De repente a linda loira se tornava duas morenas. Dois lábios sugavam minha virilidade, extasiado não queria parar... Não podia parar, não sabia aonde ir... Onde estava! pra onde ia. Onde! Ao longe minha saudade esfacelada de um rosto nu que mal via me angustiava. A distância às vezes é mais dura que o pior dos pesadelos. O pior dos pesadelos ainda é pouco, por pouco não volto... Quase me perco.
Talvez não tenha outra chance do outro lado. Embora seja breve, posso sentir meus sentimentos, por mais miserável que seja tudo isso ainda é sublime.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Dor.
esse grito que urge em nosso peito, tua voz assas
boceja em meu nariz escárnio.
Não vejo mais nada.
Logo em seguida fico paralisado
olhando tudo em minha volta, ouvindo ecos,
são vozes que não querem calar...
Dar lugar a alvorada é uma questão de tato.
sou o estrume de uma existência
vagabunda. O mal cheiro da beleza de
um corpo putrefato.
Somos nós. Oh! existência maldita,
não me julgues, te quero como te odeio.
Meu ódio é amor incondicional.
Nas crostas de uma pedra qualquer
lapidei minhas garras.
Sou forte o bastante, posso passar por ti.
mas nunca hei de esquecer teu rosto eloquente.
já não faz sentido ter sonhos psicodélicos
se em meus sonhos, sua realidade e menos real.
Tal qual beleza questionável da realidade
peço aos Deuses, que seja verdade, e mesmo que não
seja, hei de passar por ti.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Do outro lado.
E necessário passar pelo lago frio da solidão
Pelo menos uma vez na vida, e ir fundo, no limite,
bem perto do outro lado.
Daquilo que não é, nem pode ser...
É preciso ir fundo, ir além, é preciso passar
Pelas chamas do inferno dentro de nós mesmos.
É preciso não ter pudor, é preciso entender. Entenda!
Não é preciso ter pudor.
Não é preciso fazer amor, teu sexo, tua boca
Teus seios bastam. Ainda assim, é preciso ir
Além, do outro lado.
Além do limite, onde só os fortes ousaram pisar.
Ainda sim, é preciso ir além. Chegar do outro lado.
Mesmo que pra dizer: não vi nada.
Ainda que junto de ti, estou só, estamos sós.
Não há culpados, ninguém é inocente.
Basta ver do outro lado.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Contraste.
e a beleza humana, são diafragmas
de uma podridão que não tem estilo literário.
A beleza do rídiculo, esteticamente
compulsivo, com o amor egoísta inerente á todos nós.
e o agouro desespero á angústia disfarçada,
a beleza esfacelada do fingir dissimulado.
São entranhas da pureza,roupa suja
em nossas mesas um querer sem querer.
Somos o vil, o escroto. o poético, o fundo do poço
com ou sem ereção.
Eis a paisagem linguística, desesperada
poesia dê um grito por todos nós.
meu socorro... seu socorro! É um risco
a correr.
Correndo fugindo, fingindo, nos apegando nesse eterno
despedir. despedir despedaçado quem me dera
um pedaço,seria muito. Seria muito, muito pouco
repartir.
Da costela de um homem resigna-se
todo sentido, o que não faz sentido.
o que não faz sentir.
Da marginála dentre os escarros, sobe ao fugir
os nobres que outrora há de querer?
Não me digas, não me afague,teu suspiro
cheira despedida. Não diga, não se cale.
não diga que não há de me ver
pois sem esperança hei de viver.
ainda que do meu desencontro
subjetivo e suas sombras escuras
guarde o amor.
terça-feira, 8 de julho de 2008
Na verdade: Nada.
Verdade.
Verdade refletida. Espelho embaraçado,
Abstrato, nem sempre é fácil.
A tendência é tensa; as palavras são tendenciosas.
Na verdade, o verde rio reflete á rosa.
Nesse flerte de paz
Aguça áspera paranóia
Para quem quer que seja.
Ninguém.
TEMPO.
Mas o tempo ainda não passou.
Se no tempo que o tempo passa
Vê se passa tempo, tempo já passou.
Faz mil dias e eu não te esqueço
Se me lembro quero te esquecer.
Já faz tempo que se deu um tempo.
Já faz tanto tempo, quero descrever.
Já são quase duas da manhã,
Uma hora isso vai acabar
Mas uma hora ainda está longe
são quase quatro; vou continuar.
Estou esperando o tempo e o vento.
Faz muito tempo e ainda não vento.
Se for vento, vento vira tempo,
Tempo vira vento. O vento assoprou.