sábado, 19 de julho de 2008

Pesadelo II.

Em meio à escuridão de um pátio sobrevoava minha alma, como se se salta aos olhos esbugalhados
via toda a multidão mutilada em suas casas. Como uma antena de TV sobrevoava, era um sinal, um radar para além dos universos paralelos, duplicava-me em experiência dúbia, eram todos e ainda sim... Pude perceber que não me desintegrava.
Meus ossos derretiam em frente minhas retinas, meus lábios caíam como labaredas de fogo. Em meio ao álcool em meio o enxofre... Mantinha relações sexuais com uma linda jovem de rosto desconhecido. Sua vagina era linda, tinha um odor especial que me hipnotizava, aquietava os meus lábios.
Sim! Eu era hibrído, transava comigo mesmo. Não preciso entender que minha vagina era meu pênis que penetrava em minha própria vagina... E aquela linda jovem sem rosto talvez fosse alguém desconhecido ou eu mesmo, quem sabe? Mesmo assim eu penetrava com assas prazer, sentia um prazer imenso em meio à selvageria, como um animal eu continuava.
Não havia consciência. Meus instintos sopravam um vento sul uivante, tudo era prazer, me desintegrava como partículas minúsculas e não me via mais, não havia mulher... Nem sequer minha presença havia. Mesmo sonhando era tudo alucinação. De repente em outro lugar, numa construção sem nexo, mofada prestes a cair, o teto começou a desabar, via-me correndo como um louco... Quando de súbito, esse prédio se transformou na calmaria de um jardim cercado por um lago quase transparente, então eu mesmo dizia - estou no paraíso! Talvez o paraíso fosse apenas uma falácia, mas uma mulher de branco, cabelos negros olhos castanhos passava á certa distância, não queria sair daquele lugar, talvez meu lugar fosse junto dela. De sobressalto acordei assustado, transpirando muito, era um calor infernal... Naquela tarde talvez, tenha visto o bastante por um dia. Contudo se existe algo mais assimétrico que os nossos sonhos e pesadelos, nossa realidade incomum ainda não conseguiu transcender. Apesar de todas as teorias sobre esse fenômeno, me reporto a percepção do acordado. Por pior que seja, transar consigo mesmo deve ser muito pior. (risos).