quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pesadelo.

Abnego-me fazer sentido para leitores sem sensibilidade poética, prefiro não publicar, prefiro não ser visto. Sou um fugir eterno... Ainda ontem tive um sonho, sonhava que meu pesadelo se repetida e os paradoxos de uma consciência qualquer diante de meus olhos fugaz e meio a fúria incandescente me intimidavam. Acordei despedaçado, como se minhas entranhas cuspissem para fora de meu corpo toda subjetividade vil, cheia em alegria e dor. Só assim pude perceber que meu orgulho ainda era maior, e por pior que fosse ainda poderia escrever essas linhas. Muitas coisas passaram em minha mente naquela noite fria, as vozes soavam em coro eu era único em meio à multidão, e meus sentidos voltavam contra mim.

Foi difícil me suportar, um lábio doce me tocou cabelos loiros, um perfume mais belo que qualquer outra essência. Por um breve instante me senti seguro, as pessoas falavam, só falavam nós ouvíamos o estalar de nossos lábios, o silêncio diligente entre nós dois incomodava. Nossas mentes se tocavam, naquele breve instante... Mas logo o caos chamou a calmaria, e uma bela jovem me tocava de forma descomunal ouvia a voz de um homem afeminado que dizia coisas insalubres, eu fugia, como se escolhesse a próxima janela a entrar.

Inquieto, pulei da janela de um edifício e enquanto caia as janelas corriam em minha mente. Ficava agressivo, logo em seguida vinha à calmaria. As cores pulavam em minhas pálpebras. De repente a linda loira se tornava duas morenas. Dois lábios sugavam minha virilidade, extasiado não queria parar... Não podia parar, não sabia aonde ir... Onde estava! pra onde ia. Onde! Ao longe minha saudade esfacelada de um rosto nu que mal via me angustiava. A distância às vezes é mais dura que o pior dos pesadelos. O pior dos pesadelos ainda é pouco, por pouco não volto... Quase me perco.

Talvez não tenha outra chance do outro lado. Embora seja breve, posso sentir meus sentimentos, por mais miserável que seja tudo isso ainda é sublime.