segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PESADELO. ROMANCE 7.

-Como é difícil escrever, ainda não me dei conta do que se trata quebrar regras e paradigmas gramáticais. Vejo essa papelada e tenho nojo, olho as ruas desse bairro e tenho vontade de vomitar sinto um vazio intenso e já é madrugada, sentado nessa cadeira fumando como uma chaleira não sei onde vou parar - Me diz onde vou parar? Olho para o teto com repugnância sem toscanejar - preciso fumar outro cigarro, são duas, três, quatro da manhã e nada pensamentos vem a mente me deparo com uma dor no peito como se levasse o peso do mundo nas costas. Como deveras por hábito vou durmir um pouco já passam das cinco da manhã - caminho lentamente até a geladeira e tomo duas cervejas pra embalar o sono.

 Em meio à escuridão de um pátio sobrevoava minha alma, como se se salta aos olhos esbugalhados
via toda a multidão mutilada em suas casas. Como uma antena de TV sobrevoava, era um sinal, um radar para além dos universos paralelos, duplicava-me em experiência dúbia, eram todos e ainda sim... Pude perceber que não me desintegrava.
Meus ossos derretiam em frente minhas retinas, meus lábios caíam como labaredas de fogo. Em meio ao álcool em meio o enxofre... Mantinha relações sexuais com uma linda jovem de rosto desconhecido. Sua vagina era linda, tinha um odor especial que me hipnotizava, aquietava os meus lábios.
Sim! Eu era hibrído, transava comigo mesmo. Não preciso entender que minha vagina era meu pênis que penetrava em minha própria vagina... E aquela linda jovem sem rosto talvez fosse alguém desconhecido ou eu mesmo, quem sabe? Mesmo assim eu penetrava com assas prazer, sentia um prazer imenso em meio à selvageria, como um animal eu continuava.
Não havia consciência. Meus instintos sopravam um vento sul uivante, tudo era prazer, me desintegrava como partículas minúsculas e não me via mais, não havia mulher... Nem sequer minha presença havia. Mesmo sonhando era tudo alucinação. De repente em outro lugar, numa construção sem nexo, mofada prestes a cair, o teto começou a desabar, via-me correndo como um louco... Quando de súbito, esse prédio se transformou na calmaria de um jardim cercado por um lago quase transparente, então eu mesmo dizia - estou no paraíso! Talvez o paraíso fosse apenas uma falácia, mas uma mulher de branco, cabelos negros olhos castanhos passava á certa distância, não queria sair daquele lugar, talvez meu lugar fosse junto dela. De sobressalto acordei assustado, transpirando muito, era um calor infernal... Naquela tarde talvez, tenha visto o bastante por um dia. Contudo se existe algo mais assimétrico que os nossos sonhos e pesadelos, nossa realidade incomum ainda não conseguiu transcender. Apesar de todas as teorias sobre esse fenômeno, me reporto a percepção do acordado. Por pior que seja, transar consigo mesmo deve ser muito pior. (risos).

- Acordei subitamente assustado e excitado com tudo isso, de fato, agora tinha sobre o que escrever ,pelo menos um pouco de inspiração para uma noite regada a cigarro e cerveja - conheci um sujeito chamado Lennon um garoto de vinte e poucos anos  -  cara agitado, gosta de ler o que escrevo formou-se em letras na faculdade local mas ninguém lhe dá emprego, é um sujeito um pouco espalhafatoso, adora drogas e vive pegando as menininhas do bairro  - esse garoto é meu relfexo - pensei comigo, mas fica assímetrico um coroa saindo com um garoto pra chapar todas, de qualquer maneira o que me importa mesmo ? - escrever ... escrever mais nada.  Preciso de intensidade pra isso, esse garoto leva bebida e fuma maconha o dia inteiro na minha casa, ainda sou respeitado, mas pensando bem... respeito e caridade são duas coisas controversas . Lennon não tinha dinheiro e até mesmo o fato de estar andando comigo era culpa dele. Apesar de não fumar maconha há séculos nunca o censurei e por vezes tinha que carrega-lo pois o garoto não sabia beber (...)he he he! ainda assim o marginal era ele.  - A voz do povo é a voz de Deus, quanta ignorância contida nos ditados populares, os  pais de Lennon, muito respeitados, falavam de todos os filhos das pessoas da cidade, como se fossem pessoas execráveis, não gostava dos seus pais, mas o garoto não tinha nada com isso.

                                                           O assunto Andé:

comumente, depois de um porre daqueles afim de sentir-me mais vivo, disse a Lennon - Me diga com sinceridade, cara, se você tivesse um grande amigo, um irmão, e suas vidas fossem separadas por algo ruim, trágico, sem volta. - Me responda Lennon, por favor! há como voltar atrás?
- Não tenho idéia, nunca tive um grande amigo, meu primeiro amigo é você Weber! sou um tolo, mas perdoaria meus inimigos quem dirá um amigo.
- Cara, isso faz anos,  não sei se estou em tempo de revogar da minha decisão.  - Lennon a vida é cruel, mas é linda ao mesmo tempo, e sabe o que há de mais interessante nisso tudo:  Essa é a beleza da vida.  Gosto de você  garoto, não deixe esses profissionais em roubar sonhos, lhe dizer o que você é e deve fazer, se ainda posso fazer alguma coisa por alguém nessa etapa da minha vida, eu quero te ajudar, se apresente semana que vem na universidade na qual lhe darei o endereço e o telefone em casa, pois, agora estou muito bebâdo, vá em frente escreva teus contos, e exerça sua profissão. Aqui não lhe darão emprego, nessas escolas e faculdades dominadas por políticos safados! é isso mesmo - Grita com volúpia Artur Weber, gente interesseira, não há mais compromisso com a arte, com quem vira a madrugada escrevendo ensaios muito menos com uma "mula" que escreve um romance depois de anos lecionando. - Escutem, meu nome é Artur Weber nascido e criado nesse lugar, hoje, não sei mais o que dizer ... Será que os sonhos estão na contra-mão, olhem para todos nós.
- Calma Weber, você bebeu demais por hoje, fico grato pelo apoio, mas não vou á lugar nenhum antes que me reconheçam aqui. Não vou fugir, concordo com você, mas quando for; irei como um sujeito que não se ausentou as críticas, muitas delas meu amigo, são verídicas. Outras, faz parte da hipocrisia da qual todos nós entendemos muito bem, afinal todos conhecem meus pais, eu também os conheço, e sei que nunca falaram bem de você. No entando você é o único amigo do filho deles.
- Eu perdi garoto, não faça como eu, estou orgulhoso de você. - Se chama André  -  QUEM ?  O grande amigo que perdi, não sei onde ele está ao certo,  não sei o que fazer, mas estou descobrindo que a chave para esse romance depende muito de como vou me portar diante dessa situação. Preciso dar um fim nessa angústia.

Sabe o preço que vai pagar não indo embora dessa joça, e enfrentando tudo de frente, faz idéia Lennon? - Weber muda de assunto de repente.
- Quanto vale mesmo um homem? Me perguntou sorrindo levemente, naquele dia eu via um rosto diferente, Lennon parecia entender algo que eu não sabia , por ignorância, e me ensinava de maneira suscita. -   Meu púpilo!  seu filho da mãe. - fitei seus olhos de forma ávida e disse-lhe :  Bom, eu gosto de você e por isso, somente por isso, vou repetir, sabe do preço que vai pagar nessa cidade desgraçada, que te difamou. Sabe como as pessoas te olham ?  Pois bem, da mesma forma como me olhavam, da mesma forma que sempre olharam para as pessoas perigosas para elas, pensas que pensam! entendeu garoto. Se você pensa é um alvo fácil, num minuto de bobeira eles fazem tua barba e ainda come teu rabo! isso sem você pensar duas vezes. Eu não sei o que vai ser de minha vida venho quebrando regras e degenerando desde que resolvi escrever esse romance e reencontrar com os meus fantasmas do passado. -  Lennon se quiser ainda há tempo para fugir, mas se fugir para ficar como eu, é melhor enfrentar tudo de frente. - Por algum minuto fiquei pensando como um garoto tinha conseguido entender tudo que levei tanto tempo pra entender, agora o jogo tinha invertido, o inveterado e são era ele, e o sádico e porra louca , além de velho e medroso era eu, de fato era. Talvez socialmente isso não estivesse bem claro mas diante daquele olhar imponente, Lennon me deu a resposta que abriu as portas não só da sua vida, mas da minha percepção. -  Por mais nos roubem a liberdade, a fala o corpo e nossa subsistência, nunca roubaram minha alma. - Meu romance é minha alma, quando escrevo escrevo com a alma, não preciso  ser artista nem o que sou, sou apenas alma.

O ROMANCE 8.
  
Hoje recebo a última parcela so seguro desemprego, estou completamente duro e tarado esse bairro fedorento essas mulheres noiadas, todas elas se prostituem por drogas, que merda! deviam honrar suas bucetas e prostituir-se de verdade porém a cada canto uma puta noiada. Mais uma vez vou eu me meter com mujlher casada pra afugentar meu tesão. Carolina sempre , Carolina, agora ela está distante mas tem me dado ás vezes mas sou tão puritano que nem conto essa parte no meu romance. Carolina tem vindo todas as segundas quando o marido sai pra trabalhar. Acordo de amanhã ela entra pela porta e coloca a boca no meu pau logo fico animado e ela diz com dengo - benzinho temos de ser rápidos sabe como são as coisas fico mal falada o bairro é pequeno a cidade também. - Tudo bem, guria, nada que Artur Weber não possa dar um jeito com ela o clima é diferente me lembro de quando erámos jovens, mas seus lábios continuam os mesmos seu rosto um tanto flácido, mas quando está bem arrumada nem se percebe os pés de galinha pequeninos, quando ao rabo - perdoe-me Carolina mas  preciso narrar tem um rabo de matar, quando erámos jovens ela era magrinha e pura, talvez eu fosse o puro nessa jogada.  Dia de pagamento vou chamar Lennon para irmos ao centro da cidade, de repente encontro uma foda boa. uma mulher que não seja noiada, drogada. Odeio viciadas que se prostituem para manter o vício, esse vício consegue acabar com todos os talentos de um ser humano até mesmo o talento de ser gostosa e fuder bem. - Mas quando penso no lado social dessas questões lembro-me dos velhos tempos de professor, vi muita gente ir embora e de certa forma, minha culpa é um peso. Se é que existe tal culpa consiste em não ter podido fazer nada. Mais dia menos dia Carolina vem me ver e uma notícia pode mudar minha vida. Carolina, André e eu temos muito em comum estamos presos ao passado.
Tomei a rua princial e logo vi Lennon que esperava por mim. - como vai professor Weber ? - Lennon você sabe que minha reputação é uma merda e ainda me chama de professor Weber, já tinha me esquecido da última vez que me chamaram assim.
- Cara tenho um trampo pra você e eu
- To pela hora da morte cara, meu seguro desemprego acabou, gastei todo meu dinheiro indenizando uma puta desgraçada antes de vir pra cá. Fora as despesas com esse romance que não sai.
- E trabalho pesado, aguenta firme Weber?
-  Olha pra mim, tenho escolha, cara.
- O serviço e limpar telhados, uma amigo comprou uma máquina e precisa de gente. Te indiquei, tudo bem ?
- Disse pra ele que tenho quarenta anos Lennon? - Disse ele não se importou, pois, não pode contratar dentro da lei, de forma que é um bico, cara.
- Sendo assim, vamos nessa, o que tem pra beber hoje?
- Trouxe uma garrafa de tequeila.
- ARRIBA!
Me apresentei na segunda feira no local marcado junto com Lennon para trabalharmos - pensei puta que pariu ! cheguei cedo demais que centro de macumba é esse. Na porta da firma me atente um garoto cheio de papo me mostrando o material e dizendo como guardar e cuidar dos equipamentos. Fiquei calado, não era momento pra orgulho e daquele lugar imundo não saia até resolver meu problema e terminar meu romance. - Já se passaram quarenta anos e eu continuo o mesmo que merda, penso eu. - Quando estou fora daqui sou um sujeito interessante e interessado, aqui onde nasci e me criei ás vezes me sinto como um merda. Na verdade me tratam como merda, disso eu sei, também acho todos eles um bando de merda. Mas não sou tão mau educado como a maioria, nem me acho superior embora pudesse querer ser, mas minhas perdas não são materiais e meus ganhos também não o são. Num lugar como esse se não fizer o jogo deles te degolam, dessa vez eu estou pronto pra fazer o jogo.
- Pode deixar, farei tudo certo.
- Não dá mole não, hein, tio, tem de subir em cima das casas.
Dei as costas para aquele moleque e ignorei.

O dia foi duro e minhas costas dóiam muito . Em casa tentei redigir mais uma página  me deparo com pensamentos nebulosos, me desprender totalmente do mundo por um sonho é loucura. - Será que estou louco? - Me pergunto interessado, entretanto quanto mais pergunto mais fico na dúvida e chego a conclusão que se for para o bem da civilização e até mesmo para o bem desse romance  me declaro louco. Ainda tenho um pouco de dinheiro e vinho na geladeira. Depois de tomar um litro de vinho barato minha cabeça está leve e posso durmir sem presságios, sabendo que amanhã tem telhado para lavar. Meu patrão é um babaca, ignorante e avarento ter consciência disso me diverte - um garoto de vinte anos que deve ter um orgasmo quando sente o ronco do motor de seu carro tunado. Risos.  - Ding dong! A minha porta bate, berros! - Weber ! Lennon levou vários tiros nos córneos está morto. - Corro e atendo é o meu chefe atônito, pálido, bem na minha frente. Naquele momento me senti mal tinha pena do meu patrão e ao mesmo tempo estava nervoso por Lennon, aquele a garoto não podia morrer. Pensava. Nunca soube lidar com a morte de forma amistosa, meus pais morreram, meus amigos morreram e agora o único amigo que fiz desde que voltei para esse lugar.  - Me explique por favor ! Lincon, o que houve ? Nós estávamos na praça e de repente houve um tiroteio entre policiais e bandidos que  roubaram a farmácia da cidade e uma bala no peito de Lennon, perdida. Lincon soluçava , nunca tinha visto esse garoto dessa forma. - Vamos garoto, disse em tom imponente, onde está  Lennon? O corpo ou seja lá o que for. Entramos no carro e fomos até o Hospital da cidade.













sábado, 15 de maio de 2010

Romance 6 ( VOLTO A ESCREVER).

Com os olhos úmidos depois de uma farra ponho- me a escrever, mas desta vez, em folhas de cardeno. Vou fazendo esboços como um professor - Como sou infantil, nem mesmo Professor sou mais - como sou infantil. A noite engasgada em meio peito, só quem sente isso pode descrever e escrever... são coisas desta vida! São coisas do tempo. Me lembro de uma antiga canção que dizia - "O tempo passou para nós que somos jovens" - Se deturpo a letra da canção não é por maldade e sim, por necessidade. Me ilude a idéia de responder a vida com questões simples e puras como nossos Doutores sempre fazem, me ilude ganhar dinheiro e sentir riqueza numa vida de momentos. Posso parecer pessimista; sei que a vida é única, mas as vezes é um fardo em que o peso de carrega-lo por si só pode lhe fazer herói ou vilão de si mesmo. Já é tarde, voltei a escrever, as lágrimas corem em meu rosto pois quem sabe um dia termino a paródia de um romance, esse romance que não tem enredo, nem que; nem pra que! - Não passe por aqui! a dor pode ser demasiado violenta mas se queres vencer a dor -acredite em mim- atravesse essas páginas e escreva tua vida, tento fazer isso, agora sozinho, sem tio Mauro, nem minha tia nojenta pra nos irritar. Boa noite, não tenho o que escrever ... só consegui isso e é muito por hoje. Boa noite!


Durmo durante todo o dia acordo sempre as 4:h.00Minutos, meus tios pensam que sou um vagabundo, tio Mauro já não anda essas coisas comigo, mudou muito desde que decidi escrever e resiginei-me a pensar na vida, desde então sou um solitário em uma casa confortável com dois senhores dignos de muito respeito, inclusive minha tia, que reclamou muito por estar pevertendo seu marido, o velho me adora; e eu gosto de suas estórias, além do que ele tem uma ótima cachaça. Mas preciso de sobriedade ou de alguma conexão maior para escrever - peguei uma folha de caderno e fui a praça, lá pude entender ... tudo tão diferente, o tempo mudou mesmo, começo a escrever - A primavera o verão as crianças os adultos, os brinquedos, já é Maio, faz quase um ano que deixei a vida segura e obssesivamente pus-me a escrever esse Romance, pus-me a pensar, queimando pestana por alguns minutos, vi uma luz no fim do túnel, era uma visão do novo, algo extraordinário que só poderia tocar corações sensíveis e honestos como o meu naquele momento. Uma criança com uma pá cavando a terra, quanto mais ela cavava mais se contorcia e dizia - Mamãe vamos achar o tesouro? Um tesouro, tudo o que essa criança poderia querer, um simples tesouro. Desvenciliei-me por alguns minutos, volto a escrever sobre esse ato de cavar o tesouro.

Quando passa por mim uma mulher linda, gostosa, aparentemente da minha idade ou um ano mais nova, salto em sua direção - Carolina! é você ? - Ora se não fosse , eu, quem seria então?
- Se te disseste que há vinte cinco anos espero esse reencontro.
-De repente ela chorou - Weber porque ... Weber... tudo aquilo, tudo que passamos juntos, sempre estive contigo, e o que aconteceu? - Não podemos falar sobre essas coisas outro dia. - O que faz aqui? Soube que era um renomado Professor, nunca pensei que estivesse nesse lugar.
- Não quero falar sobre isso, tudo tem um motivo. -Quero saber sobre André, diz Weber. -André se tornou um sábio eremita de uma linda religião, mas ele tem muita sabedoria, vive meditando se tornou um sacerdote, não é fácil vê-lo. Quero ter com ele a qualquer custo, nem que custe minha vida. - E esses papéis Weber? Estou escrevendo um romance mas ás vezes penso que o romance escreve a si mesmo, estou sendo impelido a fazer coisas que não faria e não escreveria se não fosse tudo isso! - Não entendo nada do que você está dizendo, aliás, nunca entendi. Você sempre foi tão prudente e ao mesmo tempo tão sem pudor. Nunca pude decifrar ... Ás vezes pensava em como podia lhe aturar com tantos altos e baixos. Mas me pergunto você podia trabalhar na usina local, ter uma família, um salário, se casar , ir a praia, como nós fazemos!
Mas sempre quis estar acima de tudo , da moral, da lei, de si mesmo, quando soube que conseguiu o que queria, fiquei muito feliz! Mas agora - escute, Artur, por favor! Você voltou a estaca zero é um derrotado, nunca pensou nisso?
- Cale a boca! sua vida de faixada sempre foi o mais importante e o que tens? Um marido um filho, uma casa, sempre se importou com essas coisas mais do que com seus próprios desejos o opróbrio de sua existência - Nunca me queixei disso Carolina fazia amor contigo por prazer, e quando te chamava de minha égua carinhosamente, estava sendo bruto e ao mesmo tempo carinhoso, mas não podia me casar, não quero está no lugar de marido de uma mulher que pensa em se dar bem sempre, por mais linda e gostosa que seja. - Seu escárnio de gente! você é humilhante, patético.
- Esse patético humilhante, quer te ter de quatro novamente e poder te chamar e égua gostosa!
-puxei-a pelo braço, como um solavanco e disse: Aguarde e será minha.

Meu dia começou ensolarado pois Carolina saiu com tanta raiva e ao mesmo tempo com um olhar químico penetrante, parecia querer que a comesse ali mesmo, pelos velhos tempos.
No meu caderno faço algumas anotações e começo a imaginar... chego a conclusão que a diversão é parte da festa.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

De volta pra casa!

Depois de tanto escândalo desisti de tudo e pus-me a pensar na vida. Voltei pra casa, fui pra minha cidade natal de origem pequena e escrota, não que gostasse daquele inferno, mas talvez pudesse voltar a escrever; uma vez que desde o incidente com Jerusa e minha ida rápida á São Paulo não me trouxe desejo de voltar a escrever, fiquei seis meses vagando, ora aqui , ora ali, de bar em bar e a cada bar uma história e um amigo pra contar meu vomito, gastei parte do meu aviso como um filho pródigo sem herança, hospedava em hotéis baratos e perambulei de pensão em pensão, um belo dia tomei um ônibus e voltei pra casa, era inevitável. A velha casa ainda estava lá, não devia haver parentes. Cheguei naquela velha rodoviária, estava tudo diferente mas ao mesmo tempo tudo igual, como se tivesse deixado parte de minha vida pra trás, meus estômago grunhiu (...) uma espécie de náusea toma conta de meu ser, me sinto estranho onde nasci,cresci e vivi por vinte e poucos anos, de certa forma. Sempre fui um estranho. Esse sentimento poderia castrar meu romance, procurei pela antiga casa, descobri que meus tios moravam lá, resguardavam minha herança dois senhores,uma senhora de sombracelhas fechadas e olhar digno; um senhor um tanto safo, estilo malandro nos anos vinte, me receberam bem (...)meus tios, afinal? mal os conhecia, mas meus pais eram muito ligados a eles,desde que fui morar em outras cidades e fazer da minha vida um retiro, um refúgio. Meus pais e meus tios não se desgrudavam, sempre mandava dinheiro para ajuda-los, afinal não precisava de muito, nunca precisei de muito. Era inverno, o inverno daquele lugar me dava caláfrios, pensamentos insânos passavam pela minha cabeça, o passado e o presente remontavam como um quebra-cabeça em pedaços, já era tarde, acomodei-me em meu antigo quarto, dei boa noite aos meus tios, e pus-me a pensar (...) - Será que ainda conheço alguém nesse lugar? Aquele bar de rock n roll, será que ainda existe? Sou um velho perto dessa turma, depois, não há mais música como antigamente, todo coroa diria isso (....) - Puxa, me sinto um velho (Risos). Ainda mobíla antiga de quando eu deixei o bairro, a casa a cidade. - trouxe minha tralha, vou trabalhar, este local é ótimo para escrever meu livro, meu romance perdido. Penso comigo mesmo quase que em voz alta - Hoje estou muito sarcástico, será que não poderia escrever algumas páginas - Bom meu caro Weber, digo em pensamento, vamos ver ... vamos ver. toc-toc ... Alguém bate a porta, deve ser meu tio, o que o coroa quer uma hora dessa, me pergunto. -Entre, como vai tio Mauro? Precisa de alguma coisa? Nada ... nada meu sobrinho, Só quero tomar uma cachaça que um amigo produz em larga escala em seu alambique bem próximo daqui, vamos lá! a véia costuma me censurar com a birita ... sabe! ri-ri-ri. -Tio desde que te vi soube que não era fácil, seu malandro, mas desde que cheguei aqui ainda não tomei um porre, acho que o senhor acabou de ter uma boa idéia. Me da dessa cachaça! nos servimos com alegria, não há maneira mais tranquila de se aproximar de alguém do que oferecendo-lhe um porre, esse tio malandro entendia das coisas, pensei comigo. - E então o que é isso, ta escrevendo ? Pois é deixei de ser professor mas ainda tenho manias. (risos) - Seu moleque, lembra de quando tiha uns dezoito anos e só arrumava confusão? - Tio que saudade! e a rapazeada, os caras, o André ? Carol? O bodim? - O André se tornou sacerdote, filho, foi embora logo depois de você. E a Carol aquela garota está casada, mora a dois quarteirões daqui. Você era ligado nela garoto eh...eh...;disse o coroa rindo entre os dentes. - E ela em você, namoraram e tudo mais. Puxou o tio ! - apesar das informações o coroa me divertia, ele falava de modo despojado, e largado como se fosse um jovem de vinte anos de idade no cio. - Casamento e tudo mais ... hein tio? como ela está hoje? Gorda, teve filhos, hein diga tio? - tomei mais um goló daquela cachaça que me desceu ardendo parecia intricar minha faringe e derreter meus pulmões e estâgo como se fosse um veneno pra curar ressaca, mas mal tinha começado a beber, e devia terminar, depois não se faz desfeita a ninguém que lhe convida á secar uma garrafa, isso é raro nos dias de hoje. - Tá curioso garoto? veja com seus próprios olhos, caralho, ela tem um cuzão! ficou mais gostosa depois que pariu (...) e o filho da puta do marido ainda tem fama de corno. Conheçendo bem a carol de vinte poucos anos atrás é difícil pensar como meu tio, mas as pessoas mudam, tudo muda, também não era esse canalha que sou hoje, naquele tempo, acreditava em final feliz e tudo mais, quem sabe isso não aconteceu com ela. (pensei em silêncio, não ia dar bandeira pro coroa) - Mas diga tio, como assim, como você pode dizer isso? e o que dizem ou é o que realmente acontece? - Ah meu filho, a voz do povo é a voz de Deus. Esse lugar realmente era ridículo, pena que em todos os lugares da face da terra os julgamentos são sempre fadados a moralistas de merda, esse meu tio é um putanheiro, vivia na esbórnia, mas que língua ! - penso em silêncio. - Hum entendo tio, mas diga mais sobre a parte em que ela está gostosa, esquece o resto. - vamos lá, uma pro santo primeiro, glup! bebemos e o coroa me descreve Carolina, Carol. - Ela tem um rabo, anda de mini-saia é atração da rapazeada da praça, quando ela passa o perfume fica pra trás e aquela buzanfa gostosa aquele par de peitos ... - Nese momento meu pau começou a ficar duro, pensei comigo, vou ter que ver essa mulher, não pode ser a mesma magrela que eu (...). - toma mais um golé rapaz sua tia tá dormindo, vamos secar isso, vamo! rápido, anda meu filho, aqui é bom pra esquentar o peito arghhhhhhh! - realmente meu tio Mauro é uma figura. Um tanto falastrão, exibicionista, mas uma figura peculiar. - Tio qual é o bar mais próximo? ahhhhh é sou o irmão mais novo de sua mãe, tenho quase sua idade, vai perder pra mim seu viadinho! arghh. - Isso é o que vamos ver, vamos á um bar acabou a cachaça e não quero parar, sua bicha mentirosa. - Moleque era menino quando você mijava na calça e eu já tomava uma branquinha rsrsrsrs. - vamos pro bar tio, anda, deixa de papo. - Só se for agora, caso contrário não me chamo Mauro Weber o comedor eh... eh... eh... - Meu caro Mauro Weber, vou falar com o senhor, o mundo mudou um pouco, com esse machismo exacerbado o senhor mal mal dá uns pega na tia. -Não fala da minha velha, ela é diferente rapaz. - Não dizendo, Machista! as mulheres vão correr de você. - Cala boca, tenho mais cabelo que você e nem aparenta que sou quinze anos mais velho, meu topete ainda lembra o do Elvis. -Por um lado tio, foi uma pena ter saído tão novo de casa e ter convivido tão pouco contigo, poderíamos ser grandes parceiros.( risos). Ainda sou seu tio, se comporte garoto. - Saímos bêbados á procura do primeiro bar que aparecesse aos nossos olhos. Pela manhã, sofrido por uma ressaca infernal, abatido moralmente e psicológicamente, não continha tristeza em meu coração. Pensei que fosse momento de peregrinar novamente. Mas não ! não sem antes ver Carolina, meus antigos colegas e vir fazer o que devo fazer (ESCREVER). Faz meses que não escrevo, isso tem me deixado angustiado, preciso me desprender de tudo para voltar a ter inspiração. Fico perplexo as vezes como comportamento humano é estranho e ao mesmo tempo cheio de culpa, me silto culpado por algo que não fiz, pela minha existência, por olhar ao lado e ver a vida, as flores que outrora enredam minha relação de amor e ódio á vida. Hoje, contudo, nada me toca, quero chorar e meu coração não contenta com esse sofrimento. Não consiguo chorar, muito menos esboçar reação, fico parado na varanda olhando o sol queimar meu rosto pela manhã, saboreando a vida e sua contradição bela - Se por um momento pudesse viver nessa órbita metafísica que é o tempo, o tempo passa para todos nós, mas sinto cada instante como se fosse uma intolerante sucessão, nada pode agradar um homem de meia idade com tantas indagações - Penso alto, um velório, a vida seria um velório feliz ... logo em seguida censuro a mim mesmo pela ousadia de meus pensamentos, mas logo, relaxo e penso na bebedeira seguinte e nas anteriores, sei que isso pode me matar. (risos) viver na aresta do pensamento é estar assim próximo da fronteira de colizão, longe dos governos e das decisões insadecidas, mas perto de uma força bruta que lhe faz sempre reeguer e ouvir o coração - A bebeira rendeu bons frutos, esse estado deprimido e a relfexão sobre a vida pode ser um caminho, para enfim, voltar a escrever.