terça-feira, 8 de julho de 2008

Reflexoes

Às vezes o tempo não se limita à cronologia convencional. Ontem vi uma fotografia; ela datava 1989. Um ano mórbido, talvez, não havia Napoleão, muito menos uma guerra, talvez houvesse um muro de Berlim a ser derrubado, mas não é esse o foco. O que importa é que estava com o ano de 1989 em minhas mãos, a fotografia pode parar o tempo ou o tempo não para? Não há uma cronologia, há um devir. Por isso, posso dizer que o eu da fotografia não é o mesmo eu que estou escrevendo sobre a fotografia, mas sim um outro eu, inteiro, na multiplicidade de “eus” que há em mim que outrora sou eu mesmo. O que nos leva a indagar o tempo e sua cornologia. Tomo a liberdade de conceituar o tempo como uma linha reta submersa numa diversidade de linhas, tensões, acontecimentos e conflitos tudo aquilo inerente a nossa compreensão histórica de tempo, dá passagem para um eterno retorno Nietzscheano, cuja capacidade de criação, inclusive da própria vida é o que interessa. Não há passado, o passado é um reflexo dos preconceitos morais a serem abatidos pelo novo homem, não perspectivismo, todo perspectivismo gera uma crança absoluta, seja na razão ou na religião. Porém o que nos resta é a criação, criar nossa existência faze-la da melhor forma possível é possível.